O autor de Quarentena fala mais sobre seu lançamento no Skull Blog. Confira já!
Mais uma entrevista? = TUDO PRA MIM - É dessa forma (triunfal, talvez... ou não) que iniciamos a nossa última demanda de entrevistas com os autores da nossa tão querida casa editorial. É isso mesmo, meus queridos leitores. Até a Blogueirah aqui tem que encerrar uma era, certo? Mas, não se preocupem. Tem coisa boa vindo por aí. Quem gosta de ficar sempre na mesma, não é? Pois bem, deixando a papiação de lado, hoje trazemos mais um ilustre convidado para nosso bate-papo semanal. Maurizio Ruzzi é o autor de Quarentena e hoje desembucha tudo "pá nóis". Preparados? Calma que eu sou cardíaco.
SKULL BLOG: Fale um pouco sobre você. (Onde você nasceu, sua idade…)
MAURIZIO: Tenho 47 anos, nasci em São Paulo, mas cresci no sul do Brasil. Voltei para São Paulo adulto, e passei boa parte da vida semanalmente viajando entre diferentes cidades do sul e sudeste.
SKULL BLOG: Qual a sua formação? (Ensino Médio, Curso Técnico…)
MAURIZIO: Toda minha formação é em física. Graduação, mestrado, doutorado e pós-doc.
SKULL BLOG: Qual foi seu primeiro contato com a Literatura? Como começou a escrever?
MAURIZIO: Leio desde muito pequeno. Com 7 anos já gostava de escrever sobre o que quer que fosse. Na primeira série do primário escrevi um texto para o jornal da escola sobre Astronomia, para ser mais exato sobre o sistema solar. Até hoje lembro do texto.
SKULL BLOG: Sempre escreveu o gênero que trabalha atualmente? (Ex: Começou com Romance e agora está voltado para o Terror)
MAURIZIO: Eu não escrevo em um gênero apenas. Eu literalmente escrevo sobre qualquer coisa que me der vontade.
SKULL BLOG: A escrita é bem mais complicada do que apenas sentar em frente ao computador e despejar ideias, ela muitas vezes é recheada de planejamentos e estratégias. Sendo assim, como funciona o seu processo para criar um novo livro?
MAURIZIO: Tudo depende da natureza do livro. O planejamento é de fato fundamental, assim como é fundamental deixar o processo criativo fluir. Para textos longos acho imprescindível criar um roteiro, mas tenho dúvidas se é interessante definir muito precisamente os personagens logo de início. Textos curtos, contos de até umas 10 páginas, eu simplesmente deixo fluir. A abordagem analítica, num livro de contos, no meu caso entra quando vou compor o livro a partir dos contos. Não só o ordenamento, mas o título, eventualmente o prefácio, alguns outros detalhes, enfim, a “maquiagem” do livro é pensada nesse momento. Mas o espírito de um livro de contos, no meu caso, nasce livre.
SKULL BLOG: “Quarentena” está sendo lançado pela Editora Skull, poderia contar um pouquinho mais sobre a história?
MAURIZIO: É quase auto-explicativo. Essa curva fechada que fez a realidade convida a pensar em situações e consequências inusitadas, ou em tentar colocar em xeque as ideias que são marteladas na mídia de todos os lados. A literatura permite a você fazer perguntas desagradáveis.
SKULL BLOG: Quanto tempo levou para escrevê-lo?
MAURIZIO: Se eu responder exatamente as pessoas podem não acreditar. Poucos meses.
SKULL BLOG: Cite autores (ou obras) que te influenciam na sua carreira.
MAURIZIO: A lista é longa. Sou um leitor de literatura clássica, adoro os russos, tenho um relação quase idolátrica com Vitor Hugo e com Steinbeck. Não é possível não citar Machado, e a poesia de Augusto dos Anjos. Por fim, a grande obra literária da segunda metade do século XX, em minha opinião, são os quadrinhos de Calvin e Haroldo.
SKULL BLOG: Como lida com o bloqueio criativo?
MAURIZIO: Quando tiver um eu respondo.
SKULL BLOG: Possui planos para o futuro? (Outros lançamentos, projetos literários)
MAURIZIO: Continuar escrevendo (e conseguir publicar alguns trabalhos já prontos).
SKULL BLOG: O que te faz escrever? Diga sua motivação.
MAURIZIO: Eu simplesmente gosto de escrever, mas claro que gosto de saber que as pessoas tem prazer, ou seja lá qual outra resposta emotiva, com meus textos. Mas escrever me ajuda a pensar, ajuda a encontrar respostas para questões que acho pertinentes.
SKULL BLOG: Qual foi a coisa mais difícil que já escreveu?
MAURIZIO: Todos os textos inacabados me parecem igualmente difíceis, até que vem o momento em que a “solução” é encontrada.
SKULL BLOG: Como lida com as críticas? Negativas e positivas sobre seu trabalho.
MAURIZIO: Sempre tento entender o que a pessoa quer dizer com sua crítica. É importante ter clareza do contexto onde a crítica acontece, e também que seu texto não vai agradar todos os leitores. Seria na verdade estranho se esse fosse o caso. Uma coisa que aprendi é que a maioria das críticas positivas, ao menos aquelas que são uma coleção de adjetivos soltos sem nenhum conteúdo, são absolutamente vazias e inúteis. Por outro lado, cada pessoa que se dispõe a ler meu texto, e se dá ao trabalho de pensar em algo para me dizer, merece meu profundo “obrigado” (no mínimo), mesmo que seu tom seja negativo.
SKULL BLOG: E por último… Deixe um conselho para novos autores.
MAURIZIO: Depois de responder com sinceridade para você mesmo “o que você quer com a literatura”, não espere os outros apostarem em você. Se você gosta de sua literatura, você tem que apostar em você.
Gostaria de deixar um recado para seus leitores? Esse é o seu momento!
Todos meus recados estão nos meus livros!
Sinopse:
Tantas vezes foi dito que a ficção imita a vida, e também que a vida imita a ficção. Quem imita quem? É tão difícil responder essa pergunta como é responder “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?” A vida sempre cria novas situações, aparentemente impossíveis e impensáveis. Mas quanto disso é consequência da ação de pessoas que, sabendo ou não, agem sob o efeito da literatura? Porque a maneira como elas veem o mundo a própria estrutura de suas ideias veio da literatura, como a história do lobo mau que viram quando criança e o filme de ficção que recentemente as deixou boquiabertas no cinema (ou na Netflix!). Esse ciclo corre solto, sem parar, vida e ficção, ovo e galinha, um nascendo do outro, eternamente.
“Quarentena – Contos Isolados” é um novo elo nesse ciclo, 13 contos inéditos que conversam com a ficção científica e a crônica, surgidos assim que a vida acabou de fazer uma curva inesperada. "...Só que nós não contamos com a capacidade que as pessoas têm de corromper as coisas. As pessoas corrompem tudo, as pessoas corrompem a morte. Diabos, as pessoas corrompem até o capitalismo." Em breve.
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